quinta-feira, 30 de junho de 2022

Martin de Bilbao - Guitarrista - Pelo Brasil

 


Seus primeiros registros nos periódicos do Brasil são de cantor no restaurante “Le Rond Point" em 1956 no Rio de Janeiro.

Em 1962 ele é fotografado junto a Bailarina Thelma Elita em uma entrevista a revista O Cruzeiro[1] e nesse mesmo ano participa de uma cena tocando no filme Os três colegas de Batina com a mesma bailando.

No festival Olé do Restaurante Cabana acompanha com sua guitarra a cantora e proprietária Purita; E está junto aos bailarinos; Lidia Lopez, Agostinho, Eula Rios e Pedro Escudero que é bailarino e declamador no El Bodegon, ambos em 1965.

Participou como músico no espetáculo “Verde que te Quiero Verde”- Garcia Lorca- de Maria Fernada no Teatro da Praça[2] em 1966.

A Revista da Rádio (1966) publica que "é um excelente guitarrista espanhol, preferido do bailaor Felipe Córdoba", apresenta-se no restaurante Don Quixote.

Junto com os bailarinos MarinaVasquez , Pepe Soler e o cantaor Juanito Montoya acompanhou os bailes na inauguração do “Sevilha a Noite” em 1969[3].

Em 1972 Formava o conjunto Jóia de Madrid com a bailarina Dina Flores em uma temporada na Cervejaria ATL- Berlim, em Ipanema.

No Teatro Ipanema participa de um espetáculo chamado Bolero, que foi coreografado por Ciro Barcellos com poemas e músicas de Garcia Lorca com a cantora Ilde Gutierrez e dançarina Dina Flores em 1983[4].

Sempre lembrando, que são informações levantadas em periódicos antigos, com o objetivo de informar e mostrar através das notícias a história do flamenco no nosso território nacional.

                                   

                                                                                                      Os 3 colgas de Batina-Thema Elita

                                                          Thelma Elita - Fonte : O Cruzeiro Internacional 1962

                                             

                                                                                                        


[1] O Cruzeiro Revista 1962, edição 0031, RJ.

[2] Tribuna da Imprensa, 1966, RJ.

[3] Diário de Notícias,edição 14360, RJ.

[4] Jornal do Brasil edição 00178

Obs.: Caso queira retirar informações deste blog, por gentileza cite e referencie a pesquisadora deste lindo trabalho: Alessandra Gutierrez Gomes.


Fárida Dell’Antonio - Florianópolis

 


 Quando conhecemos a história das nossas Divas Bailoras brasileiras, compreendemos a construção do Flamenco em nosso país. Suas influências, etapas, estéticas,

mestres e as escolas, dando uma visão mais concreta dessa arte dentro do nosso território.

 

    Esse texto foi construído a partir de informações cedidas por Fárida, em 2022, com o objetivo de expandir o conhecimento à mais pessoas. Informações sobre sua trajetória artística dentro da História do Flamenco no Brasil, especificamente em Santa Catarina e Florianópolis. A sua importante participação na divulgação dessa arte e cultura através da docência, estética e poética; seus mestres e local de atuação. 

     

    Fárida  Dell’Antonio nasceu em Nova Trento, Santa Catarina, em  13 de Dezembro de 1966. Com apenas nove anos veio morar em Florianópolis. Graduou-se em dança em Curitiba. No ano da Licenciatura, como não havia muitas aulas práticas, resolveu fazer Flamenco junto com a amiga Carmem Romero, no começo não se interessou muito, mas continuou, a professora se chamava La Morita. Todo contato que obteve com o flamenco nessa época, foi com essa mestra que ensinava por coreografia, não havia aulas de técnica de braços, de técnica de pés, aprendeu o Fandango de Huelvas,  Sevillanas, Tanguillo.

    Para Fárida, naquele momento, o que aprendera era o flamenco que existia, “eu nem sabia, não fazia ideia que existiam outros ritmos, como soleares, tangos, e etc. Então bem leiga mesmo eu achava que todo flamenco era aquele, estávamos em 1991. A Fita de VHS era complicada, não tinha informação, não tinha nada além das próprias aulas em si”.

Voltando para Florianópolis em 1992, foi dar aulas na Álea Academia de Dança que era da Paula Boabaid na Vidal Ramos, começou a dar aulas de Ballet Clássico, não tinha muita experiência, por isso, fazia anotações, desenhos das aulas. Foi quando houve um comentário na escola, de que ela dançava flamenco, sugeriram que ministrasse aulas dessa modalidade, “tinha a impressão que eu não sabia profundamente o flamenco, porém comecei a ensinar a sevillanas, fandango, e o tanguillo, que eram as três coreografias que conhecia, eu só passava aquilo. Não tinha técnica de braços, sapateado, era início dos anos 90.

    Nesse período, Lela Martorano foi sua aluna, Lela afirmou que foi por pouco tempo, cerca de três meses, na Álea Academia de Dança onde teve contato com o Fandango e Sevillana.

    Em 1994 Fárida foi morar na Inglaterra por dois anos, viajou para conhecer Londres e aprender inglês, mas aproveitou para fazer aulas de Contemporâneo no  London Contemporary Dance School e no Laban Dance Center, eram aulas aleatórias, sem registros, se pagava e fazia. Nessa época, ela descobriu que havia um bairro com aulas de flamenco de graça, eram cursos: "Fiquei maravilhada em aprender toda essa técnica, fiquei apenas um mês, pois era muito contramão, era fantástico, deveria ter ficado mais porque poderia aprender o Flamenco de verdade”. Havia uma frase de La Morita muito marcante: “se você saiu do Flamenco é porque na verdade você nunca entrou”.

    Quando voltou para o Brasil, fez aulas em São Paulo com Yara Castro, “fiquei lá um mês, fiz um curso, achei super difícil porque tinha a tal da buleria, solea por buleria, técnica de sapateado, braços, coisas que eu não conhecia mas como sou muito rápida e intuitiva, eu consegui pegar, foi bem legal”.

    Quando voltou pra Florianópolis começou a fazer aulas com o Danny Souza “era fenomenal” e mesmo fazendo aulas com ele, continuou dando aulas de flamenco. Com o Danny participou dos Festivais de Dança de Joinville, São José dos Campos e São Paulo e muitas apresentações locais. (1996).



   Fotos: Acervo pessoal Fárida  Dell’Antonio .

    Nos anos de 1997 começou a dar aulas no Edson Nunes, aqui ela já possuía um pouco mais de conhecimento e trouxe para as suas aulas braços, sapateo, escobillas, e muita coisa que criava por intuição: "Fizemos apresentações, criava coreografias, mas no fundo sabia que não estava muito correta a minha técnica, não estava fazendo as coisas muito dentro, até hoje não tenho domínio onde entra a escobilla, a salida , onde é a chamada". Fárida lecionou flamenco em Lages de 1998 aos anos 2000.

Depois mudou-se para São José, Santa Catarina, e continuou seus trabalhos no Ateliê da Dança. Faz 14 anos que perdeu contato com o Flamenco.

                                               

Sua história na Dança

    Iniciou aos 13 anos de idade, sua história na dança no IEE (Instituto Estadual de Educação), no grupo de ginástica e dança, “esse grupo não havia embasamento técnico clássico ou de dança moderna nenhuma, era tipo uma ginástica rítmica misturado com movimentos de dança” diz Fárida, nesse período participaram de diversos festivais de dança, foram ao Festival de Dança de Joinville, ficou no grupo até os 18 anos.

     A sua formação técnica começou na Educação Física da UDESC, onde ficou apenas no início do curso, pois foi para Curitiba, tendo sido aprovada para o Curso Superior de Dança da Fundação Teatro Guaíra e Pontifícia Universidade Católica do Paraná. (aos 21 anos em 1988). "Eu não tinha ganas de estar no palco de se apresentar, eu gostava mais de dar aulas e observar em relação ao flamenco. Porém a dança contemporânea, a dança moderna pra mim é tudo, aí faço questão de estar no palco”.

    Fárida Dell’Antonio certamente é a primeira professora de Flamenco Catarinense. Começou seu trabalho em Florianópolis, sua história como maestra na década de 90. Recebeu sua fundamentação fora, trouxe para llha uma semente dessa arte e de tudo que havia experimentado daqueles momentos.

    “Mesmo não conhecendo as técnicas de baile profundamente, eu montava as coreografias com músicas que tocavam meu coração. Eu tinha um grupo chamado “Amadores del Flamenco” esse nome foi escolhido no sentido de amar o flamenco, de não ser profissional, era amor mesmo!" 


                                   

  Fotos: Acervo pessoal Fárida  Dell’Antonio .


    Segundo um levantamento feito por Marilym Mafra, nos anos 90 começou a surgir nomes como Fárida, a paulista Mônica Raphael, e em 1995 Isabel Soares que abriu seu tablado na Lagoa da Conceição. Vale ressaltar que nos anos 80, Isabel já estava por aqui atuando como bailaora e maestra ( vide blog). 

    Na década de 90 o flamenco de Florianópolis iniciou, timidamente, a rabiscar uma nova história, ou a sua história, tão peculiar como um bioma insular e suas particularidades. Nessa época, professores de fora chegaram à Ilha trazendo mais da Dança Espanhola, com isso percebeu-se um crescimento e interesse pelo flamenco, e aos poucos, a linguagem estética da dança Clássica Espanhola foi se diluindo. Nos adventos dos anos 2000 começamos a ver um flamenco sendo criado dentro da Ilha de Santa Catarina, com professores locais, formando outros professores, músicos, cantaora, bailoras(res) com estéticas e poéticas diferenciadas. Mas essas são cenas para um próximo capítulo.

Em meados dos anos noventa (séc. XX), o flamenco entra em uma nova etapa de desenvolvimento, na qual são incorporados elementos da arte e da dança contemporânea, tanto em termos de movimento, quanto de conceito de espetáculo (NAVARRO, 2006).

Obs.: Caso queira retirar informações deste blog, por gentileza cite e referencie a pesquisadora deste lindo trabalho: Alessandra Gutierrez Gomes.

Mariucha em Florianópolis - 1925

Fonte:A Notícia,1925,ed. 00174 Faz um século que  Mariucha veio a Santa Catarina com os concertistas de bandolim e guitarra premiados pelo R...