Em 1942, Antonio Córdoba veio para o Brasil com Mariquita Flores, haviam se conhecido em
Hollywood no filme Blood and Sand. Em sua estada no Brasil, Antonio
Córdoba e Mariquita Flores viveram tempos de glória como artistas, principalmente
no Cassino da Urca no Rio de Janeiro; tornaram-se famosos e midiáticos, saiam
em muitos jornais e revistas da época, foram convidados para fazer filmes e frequentavam a alta roda da sociedade carioca.
A partir de leitura
de fontes dos anos em que esteve no Brasil, em especial os periódicos, constatou-se que esteve
por 14 (quatorze) anos nesse país e mesmo realizando apresentações na Europa, América Latina e EUA, sempre esteve em contato direto com o Brasil.
Em
1956 apresentou-se entre câmeras da TV Paulista. Segundo o jornal Radiolândia, RJ: “Muito bom aquele solo de taconeio
em contraponto com a guitarra, sendo difícil estabelecer o melhor, se o
bailarino ou o guitarrista Edgardo Romero”. Nessa época ele já
tinha o seu corpo de baile e já não dançava mais com Mariquita.
Foram três
espetáculos no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), e Antonio Córdoba esteve em
Florianópolis por três semanas com suas bailarinas, “Rosario Reys muito simpática,
Lídia Madelon beleza loura; Angelles Bello mignon e graciosa, a Leontina Laíz
malícia ingênua”, e o Guitarrista espanhol Edgardo Romero, dizia o jornal O
Estado de Florianópolis e continuava:
“É um grande bailarino, um grande artista e uma pessoa extremamente
simpática que conquistou totalmente o público de Florianópolis com o seu famoso
sapateado. Movimentos magníficos na interpretação de “Aragon Jota” e o “quadro Flamengo”- acredito ser a primeira
menção da palavra flamenco nos periódicos de Florianópolis-, coreografias muito
movimentadas e figurinos coloridos maravilhosos.
Segundo jornal O Estado de Florianópolis, 1956, “Proporcionou para Florianópolis até então inéditos para o nosso público, que infelizmente não compareceu em massa, como deveria os espetáculos, prestigiando assim o famoso artista.”.
Ainda segundo a
crítica do mesmo jornal, “a ausência de público e também de
críticas teatrais são fatores negativos ao desenvolvimento do teatro em
Florianópolis que ficou cinco anos sem uma casa de espetáculos e deve reagir
para o bom desenvolvimento da cultura e da arte entre nós”.
No espetáculo do mesmo ano em São Paulo, no teatro Colombo apresentou Falla; Granados; Turina; Albeniz, Gimenez e Leucona; os figurinos eram de Viudez e Ribeiro, executados por Encarnacion Y Barreto, de Madri, e pelo curto tempo de apresentação entre os espetáculos, acredito ter sido o mesmo repertório aqui em Florianópolis.
Rosário Reys
É interessante
destacar a passagem dessa bailarina por Florianópolis, que foi par durante
muito tempo do Antônio de Córdoba e posteriormente é citada como professora de
danças Espanholas no Rio de Janeiro.
Segundo o jornal O Estado de Florianópolis, 1956 “Rosário Reys, aplaudidíssima, em fandango e tientos (não apresentados no teatro em Florianópolis
até essa data); é uma linda mulher e grande bailarina”.
Nessa
mesma vinda, Rosário Reys, se apresentou no Sabinos Bar com o guitarrista
Edgardo Romero; e segundo o colunista Zuri Machado ela cantou e dançou “reuniu
uma distinta e seleta assistência que encantou os frequentadores. (Jornal O Estado de Florianópolis 1956).
Desde os espetáculos no Colombo em São Paulo, no Rio Grande do Sul, no Guaíra em Curitiba e no Teatro Alvaro de Carvalho (TAC) em Florianópolis em 1956, não se tem mais notícias dos dois em periódicos pesquisados.
Tudo leva a crer, que possam ter viajado para Argentina, pois Antônio foi professor em Buenos Aires de Alberto Turina e Mabel Martín .Num jornal o Turina diz que Rosário também tinha sido sua professora, mas não posso afirmar que tenha sido realmente a Rosário Reys.
Numa conversa com a professora Márcia Gaia do Rio de Janeiro, ela afirmou ter feito aulas com o António de Córdoba no início dos anos 80, através de sua professora Tereza Canário, diz ter sido muito amiga do casal Turina e Mabel, “eles tinham um flamenco antigo, tradicional dos anos 60. Lembro-me dele como muito paciente professor, um senhor, mas firme e elegante! Viveu e morreu aqui no Brasil vítima de um atropelamento”.
Antônio Córdoba foi um dos Professores de Dança Espanhola de Thelma Elita no Rio de Janeiro quando ainda era criança, esteve com ele e Mariquita numa apresentação em 1954 na Academia Ballet Society, palco do Fluminense (F.C).
https://www.youtube.com/watch?v=GScA0ArZxSY - filme Blood and Sand.
Bibliografia:
Jornal O Estado de Florianópolis 1956 ( imagens).
Jornal Diário da Noite SP 1956.
Jornal Diário do Paraná, 1956.
Jornal Diário de Notícias (RS), 1956
Revista :A Casa (RJ) 0321 Ed. ( imagens).
Revista:O Cruzeiro (RJ) 0015 Ed. ( imagens).
MONASTERO, Bárbara de las Heras, PRIMEROS
PROFESIONALES DE LA DANZA ESPAÑOLA Y FLAMENCO EN LA CIUDAD DE MÉXICO ENTRE
1920-1950.
MÚSICA ORAL DEL SUR, Nos 11. Centro de Documentación Musical. Junta de
Andalucía, 2014.
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