quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Faíco- Pelo Brasil - "Su especialidad fueron las Alegrías”.

 

                                 Faíco e Lola Flores-  Foto: Indalécio Wanderley para Revista Cruzeiro (RJ), 1952.


Francisco Manzano Heredia , a 71 anos esteve em uma temporada no Brasil, o Bailarino Faíco veio junto com Lola Flores 1952, estreou na Bandeirantes, se apresentou no Golden Room do Copacabana Palace e pela rádio e TV Tupi no Rio de Janeiro. Em São Paulo nesse mesmo ano, apresentou-se na Boite Excelsior e  na PRF3- TV Tupi - Difusora.

Conheça melhor a história desse grande  artista que passou pelo Brasil na década de 50:

https://www.youtube.com/watch?v=lL2GlpBgNDU

Segundo Manuel Ríos Ruiz

" Manzano Heredia, FranciscoFaíco. Madrid, 29.XI.1932 – I.1993. Bailaor y cantaor de flamenco.

Hijo del guitarrista El Pelao Viejo, sobrino de El Gato, hermano de Juan Pelao El Fati, tío de Toni el Pelao y Ricardo El Veneno, por su ambiente familiar se inició profesionalmente con doce años, formando parte de la compañía de Concha Piquer, en gira por España. En 1947, Pilar López lo contrató para su elenco, actuó en varios países extranjeros. A continuación trabajó en el espectáculo de Lola Flores, en el que permaneció varias temporadas; alternó sus actuaciones en él con recitales individuales, entre los que destacaron los celebrados en París y Londres, en 1950. Su trayectoria estuvo ligada desde la década de 1950 hasta su retirada, a finales de la década de 1980, a numerosos espectáculos junto a las primeras figuras de su tiempo, así como a los principales tablaos de Sevilla y Madrid. En 1973, la cátedra de Flamencología de Jerez de la Frontera (adscrita a la Universidad de Cádiz), le concedió el Premio Nacional de Baile, el más prestigioso galardón del género. Intervino bailando en las películas cinematográficas Brindis a Manolete, Una cubana en España, Estrella de Sierra Morena, El amor brujo, Pena, penita, pena, Olé, torero El Tempranillo. Ángel Álvarez Caballero escribe en su libro El Baile Flamenco: “El tercero de los hermanos Manzano Heredia, Francisco, fue seguramente el más sobresaliente artísticamente de los cuatro. Se hizo llamar Faíco en homenaje a Francisco Mendoza Ríos, el primer Faíco, quien era su padrino. También fue llamado El Gran Faíco. Formó en importantes compañías de baile, siempre en puestos muy destacados porque su baile era difícil y de gran espectacularidad, lo que causaba enorme impacto en el público. Su especialidad fueron las alegrías”.

 

Bibl.: J. Blas Vega y M. Ríos Ruiz, Diccionario Enciclopédico Ilustrado del Flamenco, Madrid, Cinterco, 1988; A. Álvarez Caballero, El Baile Flamenco, Madrid, Alianza, 1998; M. Ríos Ruiz, “Faíco (Francisco Manzano Heredia)”, en E. Casares Rodicio (dir. y coord.), Diccionario de la música española e hispanoamericana, vol. 4, Madrid, Sociedad General de Autores y Editores, 1999, págs. 880-881; M. Ríos Ruiz, El Gran Libro del Flamenco, Madrid, Calambur, 2002.

 

https://dbe.rah.es/biografias/62622/francisco-manzano-heredia

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Bella Otero - O que o Brasil sabia de Caroline Otero?

 


                                

 

Em 1895 o jornal Correio da Manha de Lisboa falava que Bella Otero estava fazendo furor em Paris.

E o Brasil o que sabia de Bella Otero? Bella era conhecida nessas veredas Tropicais?

Em um texto publicado no Jornal do Brasil do RJ, contava Mariano Pina, que assinava a coluna Cartas da Europa, em 1886, que ele, em Lisboa, cruzou com Bella no Hotel Universal .                        

 E que em 1895, na cidade Luz, Paris, ao entrar num theatro se surpreendeu: “A minha andaluza do Universal”. Cantando tão mal como cantava em Lisboa e dançando pior que dançava no Porto.”                       

Segundo ele: "o publico aplaudia e queria a ver sobre ascena... A coquette exótica fallando uma língua que ele não entendia, possuindo uma beleza especial um typo de mulher excitante que só se encontra para os lados de Málaga ou Sevilla”.

“A sua carreira triumphal começou no Porto e, a um português deve a notoriedade que seu nome teve, porque foi elle que a troxe[sic] da Hespanha e tornou assim possível por seu victorioso passeio pela Europa”, segundo Mercedes Blasco, 1933, Diário de Notícias do RJ.

Sim, há 127 anos o Brasil sabia quem era a Bello Otero mesmo nunca ter pisado em terras brasileiras, pelo menos as pessoas que liam nos jornais os burburinhos sobre os famosos, que tinham acesso a leitura, as que viajavam para Europa, ou pelos transformistas que imitavam Bella Otero nos teatros e cabarés do Brasil e as imagens que povoavam a mente dos sonhadores pelos retratos.

 Os retratos andavam nos cartões postais[3], nos prêmios dos cigarros, nos cinematógraphos, nos cosmoramas, em todas as atitudes e vestidos, ou antes, despida de todas as modas.”

             



   

Nos periódicos aqui falava-se muito do rapaz que havia cometido um suicídio por ela; uma briga com um costureiro, casamento com o milionário, um atropelamento onde queria uma indenização por causa de uma cicatriz que ficou numa das pernas e romance com um brasileiro mas não citou quem era.

Esteve em Buenos Aires em turnê, 1906, esteve no Uruguai, pode não ter pisado em terras brasileiras, mas navegou por nossas águas para chegar à Argentina, quiçá o navio em que viajava fora abastecido em Florianópolis.

 Alguns exemplos que traziam os jornais:

1902 - Em Paris uma mulher havia se inscrito para primeira mulher aeronalta, e foi Bella Otero a primeira a se inscrever na corrida; O dia de SC.

1906 - Paraná, concurso de fantasias com tema Bella Otero.

1907- “Cortezam da moda, Ella emocionou toda Europa galante, hoje aqui, amanhã ali, vagabunda por temperamento, a Bella Otero trouxe acorrentado muito príncipe, também muito burguês. Vive do passado a grande bailarina", A Platéa, AM.

Em 1917, um jornalista fala de suas rugas, e ao vê-la atuando nos cinema criticam “Que decepção ao vemos nelle a Bella Otero que conhecemos através da fotografia e dos artigos sobre a sua beleza sem rival. Otero hoje é uma ruína”.

1919 - Filme Outono do amor, que passou até em Rondônia.

1926- “Carolina Otero se diz andaluza convem mais sua reputação esta em muitas literaturas, infinitas susgetóes acumuladas em torno da mulher andaluz... a mulher gallega não é “pandeireta” de índole passional” ; Fernades Florez,  Madri , num  jornal do Recife.

1927- “O mais belo dia da minha vida, primeira noite com Bella Otero, assinava EG ( apenas as iniciais do nome)  num jornal do RS.

“... Foi levada para mesa num enorme prato de prata, completamente nua” Correio Paulistano.

Em todos os jornais do Brasil daquela época se falava de Otero do Espírito Santo, Maranhão, Rio Grande do Norte, São Paulo, Pernambuco.

Em seus espetáculos bailava: fandangos, jotas, malagueñas, segundo os levantamentos pelos jornais no Brasil.

Nos teatros e cabarés do Brasil no início do século XX tínhamos transformistas que imitavam a Bella Otero,  1902 o Lanzetta (RJ), imitador de Bella Otero, 1908 o transformista Robert Bertim , O Chileno Enrique Fridolle,(PA), Fregolini (PE), Frogoline no MA;   ( que acredito ser a mesma pessoa  com erro de grafia), o transformista Lombim imitava além da Bella Otero ; Império, Fornarina .

 https://www.youtube.com/watch?v=gnBJJkuc5I8

          Quem foi Carolina Otero a Bella Otero? Nascida em Valga, na Galícia espanhola, Agustina del Carmen Otero Iglesias (4 de novembro de 1868 - 10 de abril de 1965), uma atriz, dançarina de cabaré e cortesã espanhola da belle époque.  

Existem várias literaturas sobre Carolina Otero, é uma mulher muito instigante por sua história, desde a infância perdida num estupro quando menina, sua fuga da Espanha, seu estrelato em Paris, seus amantes poderosos, uma reputação de grande beleza “conhecida como sereia dos suicídios: seis homens teriam tirado a própria vida após serem deixados por ela. Com certeza, dois duelaram por La Belle”[4].

 



Mariucha em Florianópolis - 1925

Fonte:A Notícia,1925,ed. 00174 Faz um século que  Mariucha veio a Santa Catarina com os concertistas de bandolim e guitarra premiados pelo R...