O Jornal A Tribuna de São Paulo de
1982 traz uma nota sobre Pepe de Córdoba, "é especialista em sapateado,
nasceu na cidade espanhola Córdoba, e desde cedo mostrou sua inclinação para a
dança flamenca; estudou na academia de sua cidade, tendo aperfeiçoado a técnica
do sapateado em Madrid, dedicou-se também a coreografias e castanholas
com profissionais famosos. É radicado no Brasil ha vários anos. Fez shows em
todo o país, primeiro com o Ballet España Espetacular, com o Grupo
Los Romeros, do qual foi um dos fundadores e Festa Brasil Olé,
de Abelardo Figueiredo.
Mas vamos recuar um pouquinho; em 1974[6] houve um grande evento no Clube Curitibano, o Baile Das
Nações, uma gentileza do Cônsul da Espanha, Senhor Saturnino Hernando Gordo, onde ocorreu
um espetáculo espanhol, com apresentação do Grupo Folclórico do Cassino
de Sevilha da Império Montenegro e Henrique
de España (cantantes), do bailarino Pepe de Córdoba (sapatilheiro)
e do pianista Victor Castellano.
Em 1977, no Beco Boate e
Restaurante da Rua Bela Cintra no Rio de Janeiro, Pepe apresentou um lindo
espetáculo.
Em 1979[7] ele participou na Noite Madrileña promovida pelo Caiçara Clube em São Paulo, “A autêntica
música espanhola, de compositores como Albénis, Granados, Vives e Falla estavam
presentes nessa noite, com o grupo típico Los Romeros, compostos
pelos bailarinos: Pepe de Córdoba bailarino internacional, Mabel Martin bailarina
espanhola, cantor flamengo Mario Vargas,
guitarrista Beto, El Malagueño, cantores Blanquita Serrano, cantora
de músicas modernas e tradicionais espanholas e Enrique de España[8] cantor espanhol de Valência, ex-integrante da Orquestra Cassino de
Sevilla.
"Um violonista e um dançarino
animaram a Noite Espanhola, o violonista Celso Machado e
o dançarino flamenco Pepe fizeram o show de hoje da Noite Espanhola
promovida pelo Hotel Paulista Praia" em 1982.
Em 1983, o grupo Los Romeros era composto pelas dançarinas;
Mabel Martin, Carmen de Ronda, Dina Flores, o dançarino Pepe de Córdoba,
dos cantores Enrico España, Ilde Gutierrez e Blanquita Serrano,
e dos violonistas Juan Lucena e Alberto Turina, este, também diretor do
grupo. Segundo a matéria do jornal, o conjunto havia se formado há sete anos
(em 1976 aproximadamente) pelo puro prazer de levar a música e a dança flamenca
pelo Brasil. Pepe já tinha realizado espetáculos também na Bahia, Mato Grosso
do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, agora, no Rio.
Um show de música, canto e dança típicas espanholas, especialmente da região de
Andaluzia, no Bateau Mouche Bar, anexo do restaurante Sol e
Mar, no Botafogo Rio de Janeiro.
Como bailarino
apresentou-se em 1984[9], na Boate Bateau Mouche do restaurante Sol e Mar do
Rio de Janeiro, no show intitulado “Viva a Espanha Olé”.
Em Recife no mês de Agosto
de 1987[10], os Hotéis Quatro Rodas de Olinda promoveram o segundo Festival da
Cozinha Espanhola, houve shows com Enrique España; danças flamencas de Ana Martinez e Pepe de Córdoba;
Carmem de Ronda, Quinque Valencia e a música cigana de Paco de Málaga.
Pepe de Córdoba é considerado um dos professores e
bailaores mais importantes dentro da História do Flamenco do nosso país. Esse texto
tem como objetivo levantar registros e documentos pela “ótica dos periódicos
nacionais”. Sabe-se que há muitas informações e histórias desse grande
Bailarino que não constam aqui, mas a baixo tem alguns trechos retirado de seu
livro:
Sobre Pepe, segundo José Rodriguez Muñoz, chega ao nosso país pelo
navio Cabo da Buena Esperaza em 1956 :
“Hijo de
emigrantes, llega a Brasil a los 11 años de edad trayendo en el bagaje personal
la vocación ya aumentada de algún conocimiento de baile e iniciando sus
eventuales actuaciones en São Paulo, participando de fiestas particulares y en
los diversos Centros Españoles entonces existentes.
A los nueve años de edad, da el primer paso en el aprendizaje
didáctico ingresando, en su tierra natal, en la escuela para Menores
"Educación Descanso" (escuela de arte libre) donde, desde ahí, hace
su opción por el baile, llevado por la identificación de sentimientos que ya
prenunciaban la afición y devoción al flamenco, teniendo las primeras
orientaciones para el arte que finalmente abrazó para toda la vida. Su primera
profesora fue la maestra cordobesa Maruja Cazalla”.
Foi aluno no Brasil aos 15
anos de Luiz Bermúdez, que o batizou
com seu nome artístico, Pepe de Córdoba, e nessa época também foi aluno de Paula Martins.
“Estudió con los más representativos maestros
españoles, tales como: Rafael de la Cruz (Sevilla), maestro Morales, Marichu
García, Mercedes y Albano (Madrid) y Maruja Cazalla (Córdoba), entre muchos
otros, todos de relevancia y definido sentido en su formación profesional que
abarca las Escuelas Clásica, Folclórica, Bolera, Regional y Flamenca. Pero su
corazón se enternece cuando citamos Ángel Pericet que refuerza la opinión de
sus maestros brasileños.
"Me gustaría dedicarme a la formación de nuevos artistas",
dijo Pepe.
Algumas considerações:
Nos anos 70 era comum chamar o
Flamenco de FlamenGo; as bailaoras eram chamadas de bailarinas ou
dançarinas; nos anos 80 começam a se intitular “Bailarino de Dança
Flamenca ”, tirando a referência da dança espanhola.
No final dos anos 80 e década de
90 (até 1998), nos periódicos encontramos shows de Los Romeros, mas não aparece
mais o nome de Pepe de Córdoba.
Título: Chegada da família Muñoz, no Brasil.
Fonte: Jornal Correio da Manhã, Edição 19579, 1956
[1] Córdoba, Pepe. Palos Flamencos, Diputación Provincial de Córdoba, 2017.
Obs.: Caso queira retirar informações deste blog, por gentileza cite e referencie a pesquisadora deste lindo trabalho: Alessandra Gutierrez Gomes.