terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Pepe de Córdoba -São Paulo

 

 


O Jornal A Tribuna de São Paulo de 1982 traz uma nota sobre Pepe de Córdoba, "é especialista em sapateado, nasceu na cidade espanhola Córdoba, e desde cedo mostrou sua inclinação para a dança flamenca; estudou na academia de sua cidade, tendo aperfeiçoado a técnica do sapateado em Madrid, dedicou-se também a  coreografias e castanholas com profissionais famosos. É radicado no Brasil ha vários anos. Fez shows em todo o país, primeiro com o Ballet España Espetacular, com o Grupo Los Romeros, do qual foi um dos fundadores e Festa Brasil Olé, de Abelardo Figueiredo.

Mas vamos recuar um pouquinho;  em 1974[6] houve um grande evento no Clube Curitibano, o Baile Das Nações, uma gentileza do Cônsul da Espanha, Senhor Saturnino Hernando Gordo, onde ocorreu um espetáculo espanhol, com apresentação do Grupo Folclórico do Cassino de Sevilha da Império Montenegro e Henrique de España (cantantes), do bailarino Pepe de Córdoba (sapatilheiro) e do pianista Victor Castellano.

 Em 1977, no Beco Boate e Restaurante da Rua Bela Cintra no Rio de Janeiro, Pepe apresentou um lindo espetáculo.

    Em 1979[7] ele participou na Noite Madrileña promovida pelo Caiçara Clube em São Paulo, “A autêntica música espanhola, de compositores como Albénis, Granados, Vives e Falla estavam presentes nessa noite, com o grupo típico Los Romeros, compostos pelos bailarinos: Pepe de Córdoba bailarino internacional, Mabel Martin bailarina espanhola, cantor flamengo Mario Vargas, guitarrista Beto, El Malagueño, cantores Blanquita Serrano, cantora de músicas modernas e tradicionais espanholas e Enrique de España[8] cantor espanhol de Valência, ex-integrante da Orquestra Cassino de Sevilla.

 "Um violonista e um dançarino animaram a Noite Espanhola, o violonista Celso Machado e o dançarino flamenco Pepe fizeram o show de hoje da Noite Espanhola promovida pelo Hotel Paulista Praia" em 1982

    Em 1983o grupo Los Romeros era composto pelas dançarinas; Mabel Martin, Carmen de Ronda, Dina Flores, o dançarino Pepe de Córdoba, dos cantores Enrico España, Ilde Gutierrez e Blanquita Serrano, e dos violonistas Juan Lucena e Alberto Turina, este, também diretor do grupo. Segundo a matéria do jornal, o conjunto havia se formado há sete anos (em 1976 aproximadamente) pelo puro prazer de levar a música e a dança flamenca pelo Brasil. Pepe já tinha realizado espetáculos também na Bahia, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, agora, no Rio. Um show de música, canto e dança típicas espanholas, especialmente da região de Andaluzia, no Bateau Mouche Bar, anexo do restaurante Sol e Mar, no Botafogo Rio de Janeiro.

    Como bailarino apresentou-se em 1984[9], na Boate Bateau Mouche do restaurante Sol e Mar do Rio de Janeiro, no show intitulado “Viva a Espanha Olé”. 

    Em Recife no mês de Agosto de 1987[10], os Hotéis Quatro Rodas de Olinda promoveram o segundo Festival da Cozinha Espanhola, houve shows com Enrique España; danças flamencas de Ana Martinez e Pepe de Córdoba; Carmem de Ronda, Quinque Valencia e a música cigana de Paco de Málaga.

Pepe de Córdoba é considerado um dos professores e bailaores mais importantes dentro da História do Flamenco do nosso país. Esse texto tem como objetivo levantar registros e documentos pela “ótica dos periódicos nacionais”. Sabe-se que há muitas informações e histórias desse grande Bailarino que não constam aqui, mas a baixo tem alguns trechos retirado de seu livro:

Sobre Pepe, segundo José Rodriguez Muñoz, chega ao nosso país pelo navio Cabo da Buena Esperaza em 1956 :

 “Hijo de emigrantes, llega a Brasil a los 11 años de edad trayendo en el bagaje personal la vocación ya aumentada de algún conocimiento de baile e iniciando sus eventuales actuaciones en São Paulo, participando de fiestas particulares y en los diversos Centros Españoles entonces existentes.

 A los nueve años de edad, da el primer paso en el aprendizaje didáctico ingresando, en su tierra natal, en la escuela para Menores "Educación Descanso" (escuela de arte libre) donde, desde ahí, hace su opción por el baile, llevado por la identificación de sentimientos que ya prenunciaban la afición y devoción al flamenco, teniendo las primeras orientaciones para el arte que finalmente abrazó para toda la vida. Su primera profesora fue la maestra cordobesa Maruja Cazalla”.

Foi aluno no Brasil aos 15 anos de Luiz Bermúdez, que o batizou com seu nome artístico, Pepe de Córdoba, e nessa época também foi aluno de Paula Martins.

Estudió con los más representativos maestros españoles, tales como: Rafael de la Cruz (Sevilla), maestro Morales, Marichu García, Mercedes y Albano (Madrid) y Maruja Cazalla (Córdoba), entre muchos otros, todos de relevancia y definido sentido en su formación profesional que abarca las Escuelas Clásica, Folclórica, Bolera, Regional y Flamenca. Pero su corazón se enternece cuando citamos Ángel Pericet que refuerza la opinión de sus maestros brasileños.

 El renombrado Ángel Pericet, heredero y continuador de la Escuela Bolera, fue el gran amigo e incentivador de Pepe, en España, época en que fue convidado por el maestro Morales y Marichu García para hacer parte de la Compañía Flamenca actuante en Europa. Ana Martinez foi sua parceira de dança por muitos anos.

  El trabajo de mantener la fidelidad y dignidad lleva 40 años de pesquisas, estudios prácticos, formación, desarrollo y dirección de Grupos Regionales, Clásico Español, Grupos Folclóricos y Flamencos. De la determinación, responsabilidad ética y didáctica en llevar adelante sus proyectos e ideales propagando su conocimiento, Pepe culmina sus realizaciones con la apertura del "Centro Flamenco Pepe de Córdoba". 

"Me gustaría dedicarme a la formación de nuevos artistas", dijo Pepe.

 Criou o Centro Espanhol Pepe de Córdoba, localizado no bairro do Bexiga  em São Paulo; que segundo REGA, (2017, p 119)[1] “el centro Flamenco Pepe de Córdoba es atemporal, no se limita a sua duración en el espacio, su base está em la intensidad con que todo fue realizado.”

Algumas considerações:

    Nos anos 70 era comum chamar o Flamenco de FlamenGo; as bailaoras eram chamadas de bailarinas ou dançarinas; nos anos 80 começam a se intitular “Bailarino de Dança Flamenca ”, tirando a referência da dança espanhola.

    No final dos anos 80 e década de 90 (até 1998), nos periódicos encontramos shows de Los Romeros, mas não aparece mais o nome de Pepe de Córdoba.


                                      Título: Chegada da família Muñoz, no Brasil.

                                                                      Fonte: Jornal Correio da Manhã, Edição 19579, 1956






 

                                                   



[1] Córdoba, Pepe. Palos Flamencos, Diputación Provincial de Córdoba, 2017.


Obs.: Caso queira retirar informações deste blog, por gentileza cite e referencie a pesquisadora deste lindo trabalho: Alessandra Gutierrez Gomes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mariucha em Florianópolis - 1925

Fonte:A Notícia,1925,ed. 00174 Faz um século que  Mariucha veio a Santa Catarina com os concertistas de bandolim e guitarra premiados pelo R...